quarta-feira, 7 de janeiro de 2015

Tempo e ansiedade

Acho que se eu pudesse dar um nome ao meu peito e ao meu coração neste momento seria Augusto. Eu sei que é péssimo! Eu nem gosto muito desse nome, meu filho não se chamaria assim, mas é o mais perto que eu consegui chegar de angustiado. Não precisa me dizer: eu já sei que isso foi pior ainda. Mas não tô nem aí.

Tempo e ansiedade são as palavras do momento. Acho que ainda não tive tempo de dizer ou me lembrar (já que esse não é blog divulgado) que sou uma pessoa extremamente ansiosa e quando eu digo muito ansiosa é daquelas crises que me fazem passar mal, muito mal. Dói tudo: a barriga, a cabeça...principalmente a cabeça! E eu fico exatamente como estou desde que entramos em 2015: parece que meu coração está tendo uma super apresentação de uma escola de samba. Espero que seja a Gaviões da Fiel.

Acontece que 2015 parecia estar longe e não está, já estamos nele e daqui a pouco abril chega. E de uma forma ou de outra ficarei sem minha metade da laranja aqui. E não adianta me dizer que eu tenho milhões de amigos, porque eu isso já sei e, já sei também que existe colo que ninguém no mundo conseguirá substituir. 

É uma mistura muito louca e é por isso que a escola de samba não me deixa em paz. Uma mistura de orgulho e medo. Medo porque não é só comodismo, é amor. É muito mais fácil você "deixa pra lá" quando simplesmente resolve seguir em frente, é muito difícil quando você precisa aceitar outros grandes sonhos para fazer alguém feliz. 

Meu garoto é a melhor pessoa que eu encontrei na vida. Aos 20, já aos 20, parece que é como se fosse meu primeiro amor - e talvez seja mesmo. Imaginem a pessoa perfeita, mas não para vocês. A pessoa perfeita que combinou comigo. Alguém que me deixa gostar e falar sobre futebol e que aceita quando eu tenho razão. Alguém que muitas das vezes, eu sei, se desdobra para me fazer tão feliz. Alguém que me respeita e que nunca gritou comigo, embora tivesse "brigado" tantas vezes. Alguém que com certeza foi feito para ser meu e eu feita para ser sua. É o primeiro amor de verdade, com quem eu realmente pensei em fazer jus àquela música ridícula do Luan Santanna, Santana? Sei lá, enfim: eu, você, dois filhos e um cachorro. 

E de repente parece que... BUM!... O mundo, o destino, o acaso e seja lá como isso se chama decide que eu devo ficar sem um abraço apertado, um beijo, uma brincadeira, uma cia para ir até o Itaquerão, pra mandar links e fazer planos. E eu juro: a gente faz um novo plano a cada segundo.

Eu segurei enquanto eu podia e achava que dava, mas hoje eu estou em pedaços. Eu já sofro de saudade e o meu garoto ainda nem foi. Estou em pedaços porque não posso falar com ninguém, porque cobrar algo dele seria injusto, porque meu coração dói e meu peito parece que é uma escola de samba. 

Estou em pedaços porque não é uma separação daquelas que eu já passei: não existe mais amor, carinho e muito respeito e está na hora de largar. É uma separação onde ainda existe muito amor, muito carinho, um respeito indescritível e um futuro lindo planejado. 

Abril ainda está "longe", mas é apenas para os que veem a história do lado de fora. E eu sou ansiosa, o que torna tudo mais difícil. Eu sou ansiosa, sou chata, sou eu. A vontade é de chorar por horas e horas e com certeza todo o problema da cantareira seria resolvido, mas acho que não posso, nós não temos só o meu coração em jogo, tem outro que precisamos cuidar para não falhar: o do meu garoto.

segunda-feira, 5 de janeiro de 2015

Recomeço

Parecia que 2014 era um ano sem fim, mas passou, rápido, áspero, difícil e realizador. Como comento logo ali em cima, sempre quis um espaço em que eu pudesse transformar minha aflições, medos e amores em textos. Acho que é porque é realmente isso que eu sei fazer, que me ensinaram ou então, foi para isso que fui enviada à esse mundo incrível: transformar histórias em linhas. As pessoas costumam dizer que sou meio grossa, acho que foi essa a forma que encontrei de mostrar que sou também alguém com sentimentos, desejos e sonhos...Ah! Quantos sonhos.

2015 é um ano de recomeço e confesso que estou perdida nesses primeiros dias. Não tenho mais faculdade, aliás, esse é um grande passo que quero contar aos quatro cantos do mundo: estou formada, formada e jornalista. Realizada, meu sonho agora é realidade. Entre altos e baixos, acertos e erros eu entreguei meu TCC, um documentário nota 10 e que conta a história de uma Vila que vale por mil. Incrivelmente feliz, realizada e as lágrimas sempre chegam aos meus olhos. Como eu sempre quis: 21 anos, formada, feliz e com a sensação de escolha certa.

E é por isso que esse recomeço está mesmo muito confuso. Existem muitos planos para os próximos meses e alguns deles já estão sendo concretizados indiretamente. Se 2014 foi um ano completo, 2015 será no mínimo um ano de aprendizado, de muita confiança, de mais e mais sonhos realizados. Mas apesar de esperar tanto por esse ano, eu confesso: não sei nem por onde começar.

Não sei se já procuro um emprego na área, mesmo sabendo que terei que deixá-lo. Hoje eu sei que sou a namorada, amiga e companheira do João, mas amanhã, mesmo sem querer o futuro ainda é incerto. E isso me dá um medo de apertar o coração. Se o amor suporta tudo, suportaremos e logo, logo tudo isso passa. Serão longos três meses, mas eu confio no meu Deus - que é incrivelmente especial.

Não sei por onde começar e o ano já começou. 21 anos, formada, jornalista, mas e agora? Como é que se dá um passo adiante? E pra onde é que esse passo vai me levar? A concretização de um sonho sempre nos abre portas, mas confesso, que o mundo ali fora me dá medo. Ao meu ver as pessoas estão tão más. Infelizmente tenho topado com tanta gente ambiciosa demais, ruim demais, egoísta demais. O lado  bom de encontrar essas pessoas (se é que existe lado bom) é que elas me mostram a todo tempo aquilo que eu não sou, não quero ser e sei que nunca serei. Isso já deve ser um grande passo para o recomeço....

Virgínia Alves